Sorrisos para sua alma amigo!
Primeiramente preciso dizer que respeito muito o ministério que o Evangelho te concedeu. Gosto muito de ler, leio quase tudo que aparece na minha frente e estou para dizer que não conheço ninguém que tenha tanta facilidade para se expressar com palavras como você. Já li tudo que você nos deixou ler Graça do Senhor, você é usado, ousado e as vezes abusado, com todo carinho....
Na verdade eu nasci na igreja quando você morreu, abril de 1998. E hoje me pergunto quem de nós teve mais sorte! Estou brincando eu amo a Igreja mesmo com todo mal cheiro que dela exala.
Tenho 26 anos e sou pastor de uma pequena igreja numa pequena cidade. Nossa igreja é linda, por dentro e por fora, por mais que tem gente que não acha, mas não é dela que preciso falar. Caio sou grato a Deus pelo dom que ele me deu, tenho certeza do ministério que o Senhor colocou dentro de mim. Sai de uma Universidade Federal para um Seminário Teológico, um bom Seminário Teológico, me formei e vim para o ministério. Sou pastor de uma Igreja Histórica, mas com características culturais da região. Sem muita tradição litúrgica. Sou um cara que nunca tive muitas dificuldades, conflitos, acho que sempre fui normal, muito feliz... Tenho certeza que Deus por algum motivo que eu desconheço me guardou e colocou sobre mim condições de ajudar as pessoas. Tenho muita facilidade de comunicação. Tenho um ministério abençoado. Amo pessoas! As vezes acho que vim para o ministério mais por amor a alma das pessoas do que por motivos evangelísticos. Hoje descobri que amar as pessoas e ajudá-las em seus conflitos é o Evangelho, também é o Evangelho, também é evangelístico. Sempre tive um a percepção das crises que ia além da normalidade, sempre via a vida além da superficialidade. Por um tempo lutei contra isso. Depois vi que isso era eu. Até hoje tudo deu certo na minha vida, não tenho vergonha disso, nem medo... O fato é que com o tempo vi que a igreja machuca, até me decepcionei, digo isso sem escândalo, hoje não me decepciono mais, mas também não quero me acomodar. A igreja é doente o ser humano é doente.
O que preciso dizer é que tenho me sentido amarrado dentro do ministério. Como dizíamos lá no Sul cheguei nas 4 bocas e preciso tomar uma decisão. Sou um “pastor feliz”, porém não acredito mais no ministério pastoral pelo mesmo não para mim. Meu mistério esta muito voltado para pregação e aconselhamento, quando alguém me procura com crises destas que vão além da normalidade na igreja, porém são tão normais sinto como se a igreja não fosse o melhor lugar para que eles fossem curadas pelo evangelho. Tem remédios que não se podem dar dentro da igreja. Veja bem eu não acho que a igreja seja desnecessária, só acho que o meu dom se amarra, se limita e sinceramente não sei se devo, ou se tenho o direito de mudar isso dentro dela.
Minha alma me pede para sair....
As vezes acho que se eu não fosse “PR” seria mais útil.
O problema é que acho que sou um bom pastor. Modestamente me dedico muito naquilo que faço. As vezes parece que tenho um ima de atrair problemas complicados cuja igreja parece despreparada para ajudar cara.
Preciso dizer que não estou em crise financeira, ganho até bem. Minha esposa tem uma boa formação, temos, a segurança normal...
Sei que seria fácil arrumar emprego secular, quem sabe estudar, tenho paixão por psicologia. Já tive propostas muitas, acho que elas não seduziram o meu coração, bom disso não tenho certeza.
Talvez seja uma crise da juventude pastoral?
Talvez seja vontade de se ver livre dos “traumas” da igreja e colocar remédio justamente neles.
Talvez seja outra coisa...
Você já teve vontade de “chutar o balde”?
Caio sinceramente você acredita que se pode ser pastor dentro desta estrutura eclesiástica que temos no nosso país e ainda assim pregar a Graça com tudo que ela “agracia” ...
Não quero me frustrar. Preciso saber se Deus me quer como Pastor Eclesiástico ou como Pastor de corações. Meu conflito é que não consigo ver as duas possibilidades juntas
Se puder me escreve cara, sei que tem muita coisa para ler, coisa mais urgentes.
Eu até escrevi outra vez... já faz muitos meses.
Deus sabe que preciso tomar uma decisão e não tenho medo de toma-la. Preciso de uma Luz !
Que Deus te use sobre este país, sobre este povo que Ele tanto ama. Sabedoria irmão!
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Resposta:
Meu amado: Paz e Bem!
Amei você...sem nem conhecer você!
Eis o que penso.
1. Sim, é possível ser pastor “dentro” e dizer tudo...eu digo...sempre disse o que cria...digo onde vou.
2. Para dizer tudo você tem que falar o conceito geral do púlpito e fazer os “aplicativos” no particular—pois cada caso é um caso...e cada um demanda amor, cuidado, calma e discernimento.
3. Não fique tratando de “temas” quando pregar. Ensine as pessoas a pensarem por elas mesmas à partir da Palavra, e não se meta na vida delas...e exija que o mesmo seja feito em relação a você.
4. Suas intervenções pastorais só podem acontecer em duas circunstâncias: a) se for algo que afete toda a comunidade e já se tiver feito irremediavelmente público; b) quando você for solicitado pelos implicados...e isso sempre...ou na medida do possível...de modo reservado e privado.
5. Faça o seu trabalho na igreja local e fuja das querelas institucionais...dentro e fora da sua igreja ou denominação. Não servem para NADA essas questões, senão para subverter a fé dos ouvintes...e secar almas.
6. Se você puder faça o seu curso de psicologia...lhe será muito útil no ministério...e até para a sobrevivência...no caso de um dia os humores da “igreja” mudarem em relação a você.
Quanto ao mais...vamos caminhar juntos...pois assim nos fortaleceremos mutuamente!
Nele, que pregou aos que estavam dentro e aos que estavam fora...derrubando o muro da separação,
Caio
Olá Amigos ,
ResponderExcluirPrimeiramente quero parabenizar ao idealizador deste espaço: È Cheio de GRAÇA !!!
Bem, fui ao dicionario ver o que ele nos fala sobre o inverso da Graça...: "Infelicidade,adversidade,Miseria,PRIVAÇÃO DA GRAÇA DE ALGUÉM".
- "DÁ PRA PREGAR A GRAÇA E FICAR NUMA IGREJA INSTITUCIONAL?"
Creio que sim!!! desde que essa Instituição, seja "conduzida" por alguém que VIVA a GRAÇA...
Osculos, Edvaldo